Este foi o primeiro livro que li do JRS, até agora andei sempre um bocado desconfiada, mas decidi finalmente dar-lhe o benefício da dúvida, num livro que pensei ser uma história de mistério, misturada com factos reais do que se passa actualmente no nosso mundo.
Se lerem o que está no site da Gradiva sobre o livro, o que ficam a pensar??
“Um cientista é assassinado na Antárctida e a Interpol contacta Tomás Noronha para decifrar um enigma com mais de mil anos, um segredo bíblico que o criminoso rabiscou numa folha e deixou ao lado do cadáver: 666.
O mistério em torno do número da Besta lança Tomás numa aventura de tirar o fôlego, uma busca que o levará a confrontar-se com o momento mais temido por toda a humanidade.
O apocalipse.
De Portugal à Sibéria, da Antártida à Austrália, O Sétimo Selo transporta-nos numa empolgante viagem às maiores ameaças que se erguem à sobrevivência da humanidade.”
Ora bem, o Tomás Noronha não vai decifrar nenhum mistério com mais de 1000 anos, não há nenhum segredo biblíco, e o 666 vai acabar por não significar nada em particular, nada que acrescente algo de interessante à história.
A aventura não é de tirar o folêgo. Só se for de aborrecimento, de tanto abrir a boca ao olhar para a quantidade de páginas que faltam para acabarmos com aquela enoooooooorme seca.
Empolgante viagem? Voltar a ler o parágrafo anterior, por favor…
Ou seja… a história do livro é muito fraca. Das 500 páginas, umas 400 são passadas a dar-nos toda e qualquer informação sobre o aquecimento global e a problemática do petróleo e do funcionamento das petrolíferas. Repetidamente. Constantemente. Parece um “copy-paste” de documentação sobre o assunto, porque acho que o Zé nem grande poder de escrita tem. E, se eu quisesse ficar inteirada deste assunto, tinha lido um livro de não ficção sobre o mesmo, não ia pegar num livro de ficção que promete uma história de mistério e afinal não há grande mistério ali, até porque o livro acaba sem se saber quem são os verdadeiros “culpados”! E a surpresa, a reviravolta no final, não aquece nem arrefece, mesmo que fosse boa por aquela altura já só se quer é chegar ao fim e nada causa qualquer entusiasmo.
O Tomás, coitadinho… Ó Tomás, és um ganda xoninhas, meu!! Quem é que vai acreditar que um tipo daqueles conseguiria acrescentar algo de relevante a uma investigação? A tentativa de imitar Dan Brown e o seu Robert Langdon é óbvia, mas mesmo imaginando o Tom Hanks no seu ar mais “palhaço” a fazer de Tomás, qualquer comparação fica a anos luz. Ele nem ajuda muito em nada, dá uma teoria do porquê do uso do 666 pelos “bandidos” mas que não faz grande falta e de resto lá anda a correr dum lado para o outro, a ouvir pela quinquagésima vez que o petróleo assim e assado. E um tipo daqueles tinha a alcunha de Casanova no liceu?? Ah, piada… Se bem que a boazona da história lhe cai aos pés horas depois de o conhecer, deve ser algo que me ultrapassa…
Certinho certinho, é que não volto a pegar num livro do Zézinho! ;)