egipto, 3 semanas depois
Três semanas de atraso é muito para se fazer um post? Faz sentido falar de algo que já está no passado? Enfim :) O tempo tem sido curto e a vontade de escrever também não abunda, é verdade, a preguiça quando sobra um tempinho é soberana e só apetece não pensar, nem sequer em teclar no computador.
Ainda o Egipto.
Há viagens, lugares, que temos na cabeça e dos quais criámos uma imagem, que “temos” mesmo de conhecer, que no nosso imaginário são obrigatórios, e o Egipto há muito que era um desses sítios, nem sei explicar bem porquê, todas as imagens que passam pelas tv’s ao longo do tempo, “A Morte no Nilo” da Agatha Christie, o gosto por “pedras”. História, não gosto nada que a debitem aos meus ouvidos, quero lá saber do que se passava dantes, mas ver a História com os meus próprios olhos é algo completamente diferente.
Quando se têm tantas expectativas, é normal ficar desiludido, mas felizmente não foi o que aconteceu.
O Cairo, é uma cidade pavorosa. Confusão total, barulho constante, suja, feia, velha. Gente nas ruas a toda a hora, filas intermináveis de trânsito sejam 6 da manhã ou 11 da noite, onde a estrada tem 2 faixas fazem-se 3 e onde tem 3 fazem-se 4, mão sempre na buzina, páram e saem dos carros para discutir uns com os outros. Os prédios são, tirando algumas excepções como hotéis e algumas instituições públicas, muito feios, degradados, completamente sujos, andares habitados e pelo meio outros que nem acabados foram, ficou só a parede de tijolo, telhados por acrescentar e amontoados de lixo nos mesmos. Valerá a cidade pelas mesquitas, que não tivemos tempo de ver, e só passámos numas quantas por fora, vale pelo Museu do Cairo, vale por estar à beira Nilo no lusco fusco, quando a cidade, com aquela sua neblina normal de poluição, fica desfocada e parece uma miragem. Vale pelas Pirâmides, ali à beirinha da cidade. Enormes, imponentes. Como foram construídas? Como conseguiram, há tantos milhares de anos atrás? Como estão ainda lá, com alguns sinais da passagem do tempo, mas ainda orgulhosas?
É verdade que as Pirâmides nos deixam de boca aberta, mas ainda bem que foi a 1ª coisa que vimos e não a última, porque com tudo o resto que passou pelos nossos olhos nos dias seguintes, talvez não lhes tivéssemos dado a mesma importância.
A experiência de nos metermos num barco que parece quase só deslizar ao sabor da (pouca) corrente do Nilo é fantástica. Nunca tinha feito algo parecido, tinha algum receio, mas é muito agradável. Não terá nada a ver com os grandes barcos de cruzeiros, o que é bom, quase temos um ambiente familiar, o senhor que todos os dias nos vai fazer um boneco novo com as toalhas de banho e fica à porta à espera da nossa reacção, o estar no topo, à beira da piscina e a ver o verde misturado com o areia e tijolo das margens, as refeições com o mesmo grupo, a noite da festa egípcia, o embarcar/desembarcar, o dizer camarote em vez de quarto.
Ainda o Egipto.
Há viagens, lugares, que temos na cabeça e dos quais criámos uma imagem, que “temos” mesmo de conhecer, que no nosso imaginário são obrigatórios, e o Egipto há muito que era um desses sítios, nem sei explicar bem porquê, todas as imagens que passam pelas tv’s ao longo do tempo, “A Morte no Nilo” da Agatha Christie, o gosto por “pedras”. História, não gosto nada que a debitem aos meus ouvidos, quero lá saber do que se passava dantes, mas ver a História com os meus próprios olhos é algo completamente diferente.
Quando se têm tantas expectativas, é normal ficar desiludido, mas felizmente não foi o que aconteceu.
O Cairo, é uma cidade pavorosa. Confusão total, barulho constante, suja, feia, velha. Gente nas ruas a toda a hora, filas intermináveis de trânsito sejam 6 da manhã ou 11 da noite, onde a estrada tem 2 faixas fazem-se 3 e onde tem 3 fazem-se 4, mão sempre na buzina, páram e saem dos carros para discutir uns com os outros. Os prédios são, tirando algumas excepções como hotéis e algumas instituições públicas, muito feios, degradados, completamente sujos, andares habitados e pelo meio outros que nem acabados foram, ficou só a parede de tijolo, telhados por acrescentar e amontoados de lixo nos mesmos. Valerá a cidade pelas mesquitas, que não tivemos tempo de ver, e só passámos numas quantas por fora, vale pelo Museu do Cairo, vale por estar à beira Nilo no lusco fusco, quando a cidade, com aquela sua neblina normal de poluição, fica desfocada e parece uma miragem. Vale pelas Pirâmides, ali à beirinha da cidade. Enormes, imponentes. Como foram construídas? Como conseguiram, há tantos milhares de anos atrás? Como estão ainda lá, com alguns sinais da passagem do tempo, mas ainda orgulhosas?
É verdade que as Pirâmides nos deixam de boca aberta, mas ainda bem que foi a 1ª coisa que vimos e não a última, porque com tudo o resto que passou pelos nossos olhos nos dias seguintes, talvez não lhes tivéssemos dado a mesma importância.
A experiência de nos metermos num barco que parece quase só deslizar ao sabor da (pouca) corrente do Nilo é fantástica. Nunca tinha feito algo parecido, tinha algum receio, mas é muito agradável. Não terá nada a ver com os grandes barcos de cruzeiros, o que é bom, quase temos um ambiente familiar, o senhor que todos os dias nos vai fazer um boneco novo com as toalhas de banho e fica à porta à espera da nossa reacção, o estar no topo, à beira da piscina e a ver o verde misturado com o areia e tijolo das margens, as refeições com o mesmo grupo, a noite da festa egípcia, o embarcar/desembarcar, o dizer camarote em vez de quarto.
Sair do barco para ir ver o que Homens que estavam muito à frente do seu tempo fizeram. O Templo de Karnak, o maior que sobrou, o de Luxor, o de Edfu – fantástico de tão bem conservado, o de Philae que teve de ser mudado do seu sítio original para não ser submerso pelas águas do rio aquando da construção da Barragem de Assuão e está numa ilha. O Vale dos Reis, buracos feitos na montanha para lá fundo deixarem as múmias dos seus reis, decorados, pintados, escondidos do mundo. Não de todo o mundo, infelizmente, porque os túmulos encontrados até agora já tinham sido todos saqueados, nem um sinal do tesouro ou da múmia, tirando o de Tutankamon, faraó que morreu aos 17 anos e de quem não rezaria a história se não fosse encontrar-se o seu túmulo intacto. Abu Simbel, no fim do mundo, 3 e tal horas de camioneta via uma estrada não acessível ao trânsito comum por ser totalmente no meio do deserto e não se saber se não aparece um grupo de fundamentalistas a tentar dar cabo da malta, Abu Simbel que obriga a sair da cama às 2h45 da manhã porque a todos os sítios temos de chegar bem cedinho (ou ao fim da tarde) por causa do calor abrasador que se faz sentir a partir de meio da manhã (em Abu Simbel, no Verão, a temperatura chega aos 60ºC), e para chegar cedinho a um sítio onde temos de ir em caravana com apoio policial e que fica lá looooooooooooooooooonge, é sair da cama àquelas lindas horas. Não que tenha dormido muito nestas férias, máximo 7h00 da manhã estávamos a pé e foi só um dia, porque nos outros era 6h30, 6h, 4h45... Continuando! Em Abu Simbel encontramos o Templo de Ramsés III e da sua esposa Nefertari, templos que também tiveram de ser completamente deslocados do seu local original, obra também gigantesca da engenharia moderna, que é “fatiar” todo um templo de muitos metros de altura e profundidade e que tem 3000 anos, mais ano menos ano. Templos que também teriam desaparecido com o aparecimento do lago Nasser, o maior lago artificial do mundo, surgido da necessidade de acabar com as imprevisíveis enchentes do rio Nilo e consequente construção da grande barragem de Assuão. Mais um sítio de ficar de queixo caído, o trabalho, a construção, a decoração, as histórias desenhadas na paredes, o pormenor de na sala do fundo do Templo de Ramsés existirem 4 estátuas de Deuses, de estas só serem banhadas pela luz do sol 2 vezes ao ano, e de uma das estátuas, a de Ptah, Deus da Obscuridade, nem nesses 2 dias ser atingido por um raio de sol.
O passeio (de lancha – bom! E de camelo – nunca mais!) até a uma aldeia núbia, sendo os núbios um povo que veio do resto de África para o Egipto, com uma cultura e língua próprias. Beber o típico chá preto com menta, fazer uma tatuagem com henna, ver as danças típicas.
Sentirmo-nos pequeninos e num outro mundo.
E ter uma fotografia com um crocodilo na cabeça :oP
O passeio (de lancha – bom! E de camelo – nunca mais!) até a uma aldeia núbia, sendo os núbios um povo que veio do resto de África para o Egipto, com uma cultura e língua próprias. Beber o típico chá preto com menta, fazer uma tatuagem com henna, ver as danças típicas.
Sentirmo-nos pequeninos e num outro mundo.
E ter uma fotografia com um crocodilo na cabeça :oP
5 comments:
Então conta lá que mal te fez o camelo, vá! :)
Deixou-me toda negra, o palhaço!
Ai que saudades... dos camelos e tudo! :-)
Adorei o teu relato, percebe-se bem que adoraste a viagem e deixas-nos a nós com vontade de lá ir! :-)
Obrigada :)
Adorei mesmo e recomendo! :)
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